Avanço da mobilidade elétrica no Brasil é ameaçada por novos impostos

A bolha que defende o avanço da mobilidade elétrica no Brasil está prestes a estourar. Desde 2015, os brasileiros desfrutam de um mercado de carros elétricos com isenção de taxa na importação – porém, isso está próximo de acabar.

A Lista Nacional de Exceções À Tarifa Externa Comum (TEC) – documento responsável por ditar as alíquotas de imposto pertinentes a todos os países do Mercosul – contém, graças à decisão da Câmara de Comércio Exterior (Camex), a NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul), onde foi definido em até 7% o imposto de importação para carros movidos exclusivamente a eletricidade ou hidrogênio.

Porém, a medida que já vigora a 6 anos está prestes a vencer em dezembro. Caso o Conselho de Mercado Comum (CMC) não a renove, as alíquotas subirão para incríveis 35%, o que será um banho de água fria no mercado que vem se aquecendo através do investimento pesado de montadoras e incentivos governamentais.

A situação se transformou em um cabo-de-guerra: Por um lado, a maior arrecadação fiscal seria muito conveniente ao cenário econômico brasileiro. Por outro lado, o aumento dos impostos produzirá um desaceleramento no desenvolvimento das novas tecnologias necessárias para a eletrificação, diminuirá o poder de compra do consumidor para esse tipo de veículos e, com isso, se tornará um obstáculo aos objetivos sustentáveis do governo, que contam com o crescimento deste mercado para diminuir as emissões de carbono.

“Como se trata de um mercado novo no Brasil, qualquer tipo de aumento de tarifa irá afetar sua taxa de crescimento, especialmente para as novas tecnologias de propulsão que necessitam de volume para serem barateadas”, afirma a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).